RIIBES - Folha Informativa n.º 52 - page 13

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FI
n.º 52
“Constituir famílias
numerosas – com
mais de dois filhos
– é um objetivo das
portuguesas e dos
portugueses”
Os resultados tornam claro que constituir famílias
numerosas – com mais de dois filhos – é um objetivo
das portuguesas e dos portugueses.
Este dado é complementado por um segundo, igualmente
importante: cerca de 21% das mulheres e homens em idade
fértil pretende ter um filho nos próximos três anos, o que, a
acontecer, elevaria o número de nascimentos em Portugal
para próximo dos 165 000 por ano, o dobro do registado
em 2013.
O terceiro aspeto contrasta com os anteriores. Está relacionado com o número de filhos que os
casais portugueses consideram que irão ter durante a sua vida: 1,78, longe dos 2,31 filhos
desejados.
“Assumir o benefício que cada criança constitui não só para a sua família mas também para a
região e para o país onde nasce”
Esta disparidade, entre o desejo dos casais portugueses e o que lhes parece possível no contexto
atual, dá indicações claras para as políticas públicas. Na sua formulação, é necessário retirar as
penalizações que recaem sobre as famílias à medida que vão crescendo (como a carga fiscal
desproporcionada) e assumir o benefício que cada criança constitui, não só para a sua família
mas também para a região e para o país onde nasce.
FI:
Na sua opinião, de que modo os resultados daquele Inquérito podem reforçar a importância
do papel das famílias numerosas em Portugal? Que futuro augura para estas famílias?
“A importância
das famílias
extrapola a
demografia”
FVC:
O futuro das famílias numerosas é o futuro do país. As famílias
numerosas são o único ativo de um país contra a crise demográfica
que é, como sabemos e se torna claro das projeções do INE, precursora
de outras crises no médio e longo prazos.
Não é possível assegurar a sustentabilidade de um país, de uma sociedade, de uma economia ou
de um Estado Social, sem que haja renovação das gerações, ou seja, sem que as famílias tenham,
em média, mais do que 2 filhos. E isto verifica-se para populações de 10 milhões, de 5 milhões,
de 1 milhão ou de 100 milhões de pessoas. O papel da imigração na compensação da falta destas
famílias é extremamente limitado.
A importância das famílias extrapola a
demografia. As características intrínsecas das
famílias numerosas criam condições para processos
de aprendizagem da cidadania mais profundos e
completos. A colaboração, partilha e atenção aos
outros, os fóruns de discussão alargados ou a
gestão e aceitação das diferenças, que são
características das famílias e que estão
particularmente presentes nas numerosas,
criam a base para desenvolver competências que
reforçam a coesão e enriquecem o tecido social.
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