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INEWS

n

º 30

DEZEMBRO’ 2016

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Movimentos migratórios:

a perspetiva do INE

A quantificação dos movimentos migratórios internacionais

e a caracterização dos migrantes constituem informação de

particular relevância, designadamente para o estabelecimento

das políticas públicas mais adequadas à sua integração nas

sociedades de acolhimento.

Esta matéria assume pertinência reforçada no contexto dos

intensos fluxos de imigrantes e de solicitações de asilo que

ocorrem nas sociedades atuais.

Portugal tem uma vivência de séculos no que se refere a

migrações… Também internacionais.

Na década de 90 em particular, Portugal recebeu nacionais de

muitos países de origem, cujo número terá atingido um máximo

no ano 2000.

O forte acréscimo no número de imigrantes, conjugado com

o decréscimo do número de emigrantes deu lugar a saldos

migratórios positivos entre 1993 e 2011.

Na elaboração das estimativas anuais da População, entre

Recenseamentos, da responsabilidade do INE, a quantificação

do saldo migratório constitui um árduo exercício para os

demógrafos, por vezesum“quebra-cabeças”, dadaa insuficiência

de informação de base que assegure uma cobertura confortável

dos movimentos migratórios de entrada e saída de cidadãos e

das suas características.

Mas a influência dos fluxos

imigratórios

no crescimento

demográfico, em Portugal, não se refletiu apenas no volume

e na composição etária da população; influenciou também

diretamente o saldo natural da população, com um contributo

significativo para a natalidade: em 2015, cerca de 8% do total

de nascimentos registados em Portugal envolveram mães de

nacionalidade estrangeira.

Entretanto, desde 2010 que se regista um decréscimo do

número total de nascimentos, o qual tem sido acompanhado

de um decréscimo também no número de nascimentos de

mães de nacionalidade estrangeira. Esta evolução poderá estar

relacionada não apenas com a quebra geral da natalidade na

sociedade portuguesa, mas também com o aumento progressivo

do número mulheres estrangeiras residentes em Portugal que

adquiriram nacionalidade portuguesa.

De facto, entre 2008 e 2015, dos 196 mil cidadãos estrangeiros

residentes em Portugal que adquiriram a nacionalidade

portuguesa, 51% eram mulheres.

-16-

As estatísticas demonstram que, no nosso país,

a períodos de forte emigração, têm sucedido

períodos de imigração significativa, que provocam

alterações, não despiciendas, na estrutura da

População e na evolução de variáveis demográficas

relevantes como, designadamente, a natalidade.