O Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (ICOR) é atualmente constituído por informação recolhida anualmente e por um sistema que conjuga módulos de informação complementar com periodicidade regular e módulos ad hoc que pretendem dar resposta a novas necessidades de informação. Os resultados apresentados neste destaque dizem respeito ao módulo regular sobre a satisfação das necessidades das famílias relativas a cuidados de saúde e apoio domiciliário, cuidados formais de acompanhamento das crianças e utilização de transportes públicos, designado “Acesso a Serviços” e realizado em 2024 (a repetir a cada 6 anos).
Em 2024, 6,1% dos agregados familiares (cerca de 272 mil) tinham pelo menos um membro a necessitar de serviços de cuidados de saúde e de apoio domiciliário devido a doença física ou mental prolongada, incapacidade ou idade avançada, afetando principalmente famílias com pelo menos um idoso (81,5%). 48,3% dos agregados com necessidades de cuidados de saúde e apoio domiciliário tiveram acesso a serviços profissionais pagos de cuidados de saúde e apoio domiciliário.
Do conjunto de agregados que tiveram acesso a serviços pagos, 48,5% asseguraram o pagamento total dos serviços, 28,1% asseguram o pagamento parcial e em 23,4% dos casos as despesas foram pagas por um regime de proteção social ou seguro de saúde; 68,7% dos que asseguraram o pagamento total ou parcial dos serviços tiveram dificuldade em suportar as despesas.
Para os agregados sem acesso a serviços de cuidados de saúde e apoio domiciliário profissionais e remunerados, a falta de acesso aos cuidados de saúde e apoio domiciliário resultava principalmente da incapacidade de pagamento (55,9% dos casos) e da indisponibilidade dos serviços (17,5%).
Em 2024, para 94,7% das crianças até aos 12 anos, os pais consideravam que as necessidades de cuidados formais de acompanhamento estavam satisfeitas, o que inclui aqueles que não consideram a necessidade de cuidados formais de acompanhamento para além do tempo de educação pré-escolar e de ensino básico. Consequentemente, 5,3% das crianças até aos 12 anos precisariam de mais cuidados formais de acompanhamento em 2024, sendo a impossibilidade de pagar esses serviços o principal motivo para a insuficiência dos cuidados (46,9%).
Cerca de metade das crianças até aos 12 anos (49,5%) recebiam cuidados formais de acompanhamento; em 59,5% dos casos, os pais pagavam o preço integral ou parcial, e 40,5% utilizavam serviços gratuitos.
Em 2024, 32,2% dos residentes com 16 ou mais anos referiram ter utilizado transportes públicos nos 12 meses anteriores à entrevista: 17,6% fizeram-no diariamente ou todas as semanas.