A economia portuguesa registou uma capacidade de financiamento de 0,4% Produto Interno Bruto (PIB) no 1º trimestre de 2023, que compara com uma necessidade de financiamento de 0,6% no trimestre anterior. O Rendimento Nacional Bruto (RNB) e o Rendimento Disponível Bruto (RDB) aumentaram 2,7% e 2,6%, respetivamente (crescimentos de 2,6% e 2,7% no trimestre anterior). O aumento do saldo externo da economia refletiu a redução do défice das Sociedades Não Financeiras (SNF) e o excedente das Administrações Públicas (AP), que no trimestre anterior tinham registado um saldo negativo.
O Rendimento Disponível Bruto (RDB) das Famílias aumentou 1,9% face ao trimestre anterior, verificando-se crescimentos de 2,7% e 0,8% das remunerações e do Valor Acrescentado Bruto (VAB), respetivamente. A despesa de consumo final aumentou 2,6% (3,1% no trimestre anterior), determinando a redução da taxa de poupança para 5,9% (6,5% no trimestre anterior), o que conduziu a uma capacidade de financiamento de 0,4% do PIB (0,6% do PIB no trimestre anterior). Em termos reais, o RDB ajustado per capita das Famílias diminuiu 0,1% no 1º trimestre de 2023.
O saldo das Sociedades Não Financeiras (SNF) fixou-se em -2,0% do PIB, melhorando em 0,7 pontos percentuais (p.p.) face ao trimestre anterior. O VAB registou um aumento de 3,3%, superior ao crescimento das remunerações pagas (taxa de variação de 3,2%), enquanto a Formação Bruta de Capital diminuiu 0,3%. Por sua vez, o saldo das Sociedades Financeiras manteve-se em 1,9% do PIB.
O saldo do setor das AP aumentou 0,5 p.p. no ano terminado no 1º trimestre de 2023, passando de uma necessidade de financiamento de 0,4% do PIB no 4º trimestre para uma capacidade de financiamento de 0,1%. Considerando os valores trimestrais e não o ano acabado no trimestre, o saldo das AP no 1º trimestre de 2023 foi positivo em 761,3 milhões de euros, correspondendo a 1,2% do PIB (-0,6% no período homólogo). Face ao mesmo período do ano anterior, verificou-se um aumento de 9,3% da receita e de 4,3% da despesa, refletindo sobretudo, no último caso, o forte crescimento com o pagamento de juros (variação homóloga de 22,1%).