• No período de abril a dezembro de 2020, 15,6% da população empregada esteve em teletrabalho. Entre as sete regiões NUTS II, a Área Metropolitana de Lisboa (AML) registou a proporção mais elevada (27,9%), concentrando 48% da população empregada em teletrabalho do país. Nas restantes regiões do país, a proporção de população em teletrabalho foi inferior à média nacional, situando-se abaixo dos 9% nas regiões autónomas.
• A diferente expressão territorial do teletrabalho está associada às diferenças das estruturas produtivas regionais. Tendo como referência a nomenclatura de ramos de atividade económica (agregação A10), a proporção do emprego em teletrabalho foi superior ao dobro da média nacional em três ramos: Atividades de Informação e Comunicação (66,9%), Atividades financeiras e de seguros (47,6%) Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares; atividades administrativas e dos serviços de apoio (32,5%).
• A importância da população empregada em regime de teletrabalho na AML associada ao peso significativo das deslocações por motivo de trabalho nesta região e à estrutura assimétrica do padrão de deslocações, sugerem impactos diferenciados nas economias locais dinamizadas pela proximidade aos territórios habituais de trabalho. Neste contexto, salienta-se que, de acordo com os resultados do último Inquérito à Mobilidade nas Áreas Metropolitanas, mais de 50% das deslocações intermunicipais da população residente nesta região por motivo de trabalho tinham como destino o município de Lisboa. Em Lisboa, por cada 100 habitantes com 15 ou mais anos, existiam 53 deslocações a partir de outros municípios da AML por motivo de trabalho. Assim, além do efeito sobre a economia local da contração do turismo, terá existido o efeito de redução das deslocações associada à expressão significativa do teletrabalho em consequência da pandemia.