• A capacidade de financiamento da economia, face ao trimestre anterior, manteve-se em 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano acabado no 4º trimestre de 2020 (em 2019, a economia tinha registado capacidade de financiamento correspondente a 1,0% do PIB).
• O Rendimento Nacional Bruto (RNB) e Rendimento Disponível Bruto (RDB) reduziram-se ambos 0,8%, tendo o PIB nominal diminuído 1,0% no ano acabado no 4º trimestre de 2020 (taxas de variação de -0,8% e -1,1% no trimestre anterior, respetivamente). Relativamente a 2019, o RNB, o RDB e o PIB nominal registaram variações de, respetivamente, -4,4%, -4,3% e -5,4% (variações de 4,2% do RNB e de 4,3% tanto do RDB como do PIB nominal em 2019 comparativamente com 2018).
• No 4º trimestre de 2020 a capacidade de financiamento das Famílias aumentou 1,4 pontos percentuais (p.p.), para 5,9% do PIB, e a taxa de poupança atingiu 12,8% (11,0% no trimestre anterior e 7,1% no final de 2019), sendo necessário recuar a 2002 para encontrar uma taxa de poupança idêntica. Este resultado refletiu sobretudo a variação nominal de -5,0% do consumo privado em 2020, variação negativa sem precedente na série iniciada em 1995, visto que o rendimento disponível das famílias aumentou 1,0%, refletindo em parte as medidas de políticas públicas adotadas no contexto da Pandemia e com reflexo na redução do saldo das Administrações Públicas (AP).
• O saldo das Sociedades Não Financeiras fixou-se em -2,4% do PIB, valor idêntico ao registado no trimestre anterior, mas menos negativo que um ano antes (-3,2%), verificando-se um aumento dos subsídios e uma redução dos rendimentos de propriedades pagos (taxas de variação de 23,5% e -2,5%, respetivamente), em particular dos lucros distribuídos.
• A capacidade de financiamento das Sociedades Financeiras manteve-se idêntica ao trimestre anterior (2,2% do PIB) mas diminui relativamente a 2019, quando atingiu 2,6% do PIB.
• O saldo do setor das Administrações Públicas reduziu-se em 1,5 p.p. no ano terminado no 4º trimestre de 2020 relativamente ao trimestre anterior, representando uma necessidade de financiamento de 5,7% do PIB (saldo positivo de 0,1% do PIB em 2019). Tomando como referência valores trimestrais e não o ano acabado no trimestre, o saldo das AP no 4º trimestre de 2020 atingiu -3 905,1 milhões de euros (-7,4% do PIB, o que compara com -4,3% no trimestre anterior). A deterioração do saldo das AP esteve associada às medidas de apoio à economia no contexto pandémico e à sensibilidade das finanças públicas à contração da atividade económica, nomeadamente no que se refere às receitas fiscais.