Em 2020, a taxa de privação material dos residentes em Portugal diminuiu para 13,5% (15,1% em 2019) e a taxa de privação material severa para 4,6% (5,6% em 2019). A informação recolhida sobre privação material, de abril a setembro de 2020, confirma a tendência para a redução da privação, exceto no caso da falta de capacidade financeira para ter uma refeição de carne ou de peixe (ou equivalente vegetariano), pelo menos de 2 dois em 2 dias, que aumentou de 2,3% em 2019 para 2,5% em 2020.
No mesmo ano, 51,3% da população autoavaliou o seu estado de saúde como bom ou muito bom, mais 1,2 p.p. que em 2019. Contudo, 2020 foi, entre os últimos 5 anos, o que registou a maior proporção de pessoas com 16 e mais anos com morbilidade crónica (43,2%) e o maior aumento anual do indicador (2,0 p.p.) e uma inversão em relação a dois anos de descidas sucessivas.
A necessidade não satisfeita de consultas médicas nos 12 meses anteriores à entrevista aumentou em 2020 e afetou 3,9% da população com 16 ou mais anos, contrariando a tendência decrescente dos últimos 5 anos.
O Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, realizado em 2020 sobre rendimentos do ano anterior, indica também que 16,2% das pessoas estavam em risco de pobreza em 2019 (que compara com 17,2% em 2018), mantendo-se a tendência para a redução do indicador. A taxa de risco de pobreza correspondia, em 2019, à proporção de habitantes com rendimentos monetários líquidos (por adulto equivalente) inferiores a 6 480 euros anuais (540 euros por mês).
De acordo com o indicador que conjuga as condições de risco de pobreza, de privação material severa e de intensidade laboral per capita muito reduzida, 2 037 milhares de pessoas encontram-se em risco de pobreza ou exclusão social em 2020 (rendimentos de 2019). A taxa de pobreza ou exclusão social em 2020 foi 19,8% (21,6% um ano antes).