Background Image
Table of Contents Table of Contents
Previous Page  3 / 30 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 3 / 30 Next Page
Page Background

3

INE

WS

Nº23

março’ 2015

©

INE, Lisboa Portugal, 2015

1935 – 2015: 80 anos de INE

Cabe aqui uma inevitável referência à chamada "carga sobre os

respondentes"… A disponibilidade para responder aos inquéritos dos

INE’s tende a reduzir-se ao longo do tempo.

Daí, o esforço contínuo dos produtores de estatísticas oficiais em todo o

mundo no que se refere à modernização de modos de recolha (do papel

à internet…) e ao recurso a fontes alternativas, designadamente as de

natureza administrativa.

Mas devo salientar que, em Portugal, o INE deve aos cidadãos e às

empresas um justo reconhecimento pela colaboração que habitualmente

lhe dispensam, respondendo aos seus inquéritos. No final, é a sociedade

portuguesa que colhe os benefícios dessa colaboração com o INE.

Cabe também referir que a maior parte das operações estatísticas

desenvolvidas pelo INE cumprem regulamentos europeus assumidos pelo

País, no contexto das estatísticas europeias.

INEWS

- A tecnologia tem vindo a mudar o mundo, e também o "mundo

da Estatística". Como se posiciona o INE em termos de TIC?

ACC

- Em termos de TIC o INE não está certamente no topo - a envolvente

financeira não o permite. Mas o seu nível de desenvolvimento tecnológico

e informacional coloca-o ao nível dos parceiros europeus e, em algumas

áreas, estará até mais avançado.

INEWS

- Porque é que o INE não publica mais estudos?

ACC

- A resposta é muito fácil: porque a Missão primeira do INE é a

produção de estatísticas oficiais e porque, com o seu efetivo de técnicos,

a disponibilidade para a posterior elaboração de estudos é cada vez mais

reduzida.

INEWS

- Onde é que o INE falha?

ACC

- Não pode ter-se a veleidade de ser-se perfeito… Quanto mais não

seja, o INE falha certamente no que se refere à possibilidade de

satisfação de todas as necessidades estatísticas da Sociedade.

INEWS

- Que desafios prevê para o futuro do Instituto?

ACC

- Conseguir um enquadramento jurídico que permita i) uma gestão

racional e ii) uma dotação dos recursos indispensáveis (financeiros e

humanos) para disponibilizar, quantitativa e qualitativamente, as

estatísticas oficiais a que a Sociedade tem direito.

INEWS

- De um ponto de vista pessoal: de que mais gostou nestes 10

anos? E menos?

ACC

- Mais: ter passado de utilizadora a "produtora". Isto é: de ter

aprendido "como e o que custa" produzir estatísticas oficiais de

qualidade; ter tido o privilégio de trabalhar com um grupo de pessoas,

excelentes técnicos, profissionais e seres humanos.

ACC

- As estatísticas oficiais são produzidas a partir da informação

individual prestada pela Sociedade: pelos cidadãos, pelas empresas,

por instituições públicas e privadas. A facilidade/dificuldade de retratar

qualquer vertente da Sociedade depende da disponibilidade dos

respetivos agentes para responderem aos inquéritos do INE e do rigor

que colocarem nessas respostas. Sem boa informação prestada pela

sociedade não há boas estatísticas oficiais e, no limite, não há

estatísticas oficiais.

Balanço: "Tudo vale a pena se a alma não é pequena"

Fachada da sede do Instituto Nacional de Estatística, em Lisboa,

da autoria do Arq.º Porfírio Pardal Monteiro

voltar

Menos: ter de lutar tanto para, por vezes, conseguir tão pouco.