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O presente número da RED inicia-se com uma análise sobre a importância da conferência nas questões relativas à situação das mulheres e à igualdade de género, ressaltando a convergência entre os objectivos da Plataforma de Acção e os do Desenvolvimento do Milénio e uma breve avaliação dos progressos alcançados, passados quinze anos, e dos obstáculos que permanecem no caminho da igualdade.

Segue-se uma abordagem sobre as razões estruturais das assimetrias que persistem na situação dos homens e das mulheres, em diversas esferas, em particular, no trabalho não remunerado de apoio à família, apesar da legislação que preconiza aigualdade, que termina com uma proposta de aprofundamento das convenções internacionais e do direito interno em matéria de direitos humanos, de modo a assegurarcondições de exequibilidade efectiva das normas jurídicas sobre igualdade de género.

Apresenta-se, ainda, uma reflexão sobre a produção estatística e científica em Portugal sobre os usos do tempo acompanhada da discussão de alguns dos principais resultados de uma abordagem qualitativa dos usos do tempo, centrada na articulação entre trabalho pago e trabalho de cuidar de mulheres e de homens em carreiras científicas.