Em Portugal, o IPC e o IHPC são apurados mensalmente com a mesma metodologia e a partir da mesma informação de base. Ambos são índices de tipo Laspeyres que representam o rácio entre a despesa efetuada no período corrente para adquirir as mesmas quantidades de bens e serviços que se consumiram no período-base e a despesa efetuada no período-base para adquirir um determinado número de bens e serviços.
Em coerência com a prática adotada para o IHPC, nos termos da respetiva regulamentação comunitária, o IPC passou a ser, desde 2004, um índice encadeado em dezembro de cada ano. Esta importante alteração permitiu que, ao longo do tempo, fosse possível ajustar a estrutura do IPC tendo em conta, nomeadamente, a evolução relativa dos preços, novos produtos de consumo generalizado, entretanto surgidos, e os novos regulamentos e recomendações comunitárias sobre o IHPC.
O IHPC difere do IPC principalmente no âmbito da cobertura populacional. Assim, enquanto a estrutura de ponderação do IPC é representativa da despesa monetária de consumo final das famílias residentes em Portugal, a estrutura de ponderação do IHPC é representativa da despesa monetária de consumo final das famílias efetuada em Portugal, incluindo turistas (não considerados no IPC).
Portanto, apesar da metodologia de apuramento ser idêntica à do IPC, no IHPC ocorre uma diferente ponderação de cada classe de despesa em cada um dos índices. Por exemplo, a classe “Restaurantes e hotéis” apresenta um peso no IHPC superior ao do IPC, enquanto a classe “Produtos alimentares e bebidas não alcoólicas” apresenta um peso inferior. A diferente estrutura do IHPC baseia-se em informação das Contas Nacionais e do Inquérito aos Gastos Turísticos Internacionais. Devido à diferença apontada, os dois indicadores podem apresentar resultados não coincidentes.
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