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Censos : registos da população (abordagens alternativas)
Humberto Moreira > Revista de Estudos Demográficos > INE, 2015, p. 41 - 51

Resumo


É essencial dispor de informação estatística sobre a população residente para a avaliação do respetivo volume, composição, distribuição e mudanças de residência. Estas últimas estão relacionadas com as variações geográficas da população migrante, relativamente ao volume, composição e fluxos de origem/destino. Estas informações básicas para os estudos demográficos, e em particular para os migratórios, provêm sobretudo dos recenseamentos periódicos da população1, de inquéritos e dos registos administrativos. Estes últimos são cada vez mais utilizados, pelo menos na Europa, para as estatísticas da população, nomeadamente para a observação dos movimentos migratórios internos e internacionais.

Muitos países já levaram à prática métodos de recolha de dados, alternativos ao tradicional método censitário, em que todos os indivíduos são contactados diretamente para a recolha da informação demográfica, social e económica, através do preenchimento dos questionários do censo da população. Cada vez mais esta informação individual é recolhida através de registos administrativos, que permitem uma atualização mais frequente dos dados, normalmente com periodicidade anual. Os recenseamentos da população, geralmente realizam-se em intervalos de 10 anos.

Para os censos à volta de 2010-2011, em 39 países europeus, quase metade (17 países) optou por uma abordagem alternativa aos recenseamentos da população, na maioria dos casos com base em registos da população, de forma exclusiva, como a Dinamarca, Áustria e Finlândia, ou em combinação com outras fontes de dados (República Checa, Estónia, Letónia, Lituânia, Itália e Espanha). A maioria dos países europeus (21) ainda continua a utilizar o método tradicional de recenseamento, de recolha domiciliária, entre os quais se encontram a Grécia, Portugal, Irlanda e o Reino Unido. A França utilizou o “rolling census” ao longo de cinco anos consecutivos, em que os municípios com menos de 10 000 habitantes são inquiridos por completo e os restantes municípios, em 8% das habitações por cada ano (40% no total). Ao todo cerca de 70% da população em França foi recenseada ao longo de cinco anos. Este método foi desenvolvido para melhorar a frequência dos dados publicados e distribuir, ao longo de um maior período, os encargos financeiros e humanos associados ao censo. Este método foi apenas adotado em França.

Palavras-chave: População residente, censo, registo administrativo da população, movimentos nturais e migratórios, mudança de residência, base de dados personalizada, n.º de identificação pessoal


Estudo
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