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Resumo
O planeamento regional e urbano tem vindo a recorrer crescentemente a modelos dinâmicos para gerar cenários múltiplos de apoio à decisão. A explicação para o seu sucesso começou por se dever à correspondência destas simulações com alguns dos fenómenos estudados e à possibilidade de compreender dinâmicas entre elementos. Com o tempo as suas potencialidades como ferramentas úteis nos processos de decisão alcançaram uma projecção tal que se tornaram elementos indispensáveis na simulação dos interesses, por vezes divergentes, dos diversos intervenientes no território. Um grupo de modelos que tem estado na vanguarda de algumas das mais recentes aplicações designa-se de Autómatos Celulares (CA). O conceito base para a sua aplicação preconiza que é possível extrair padrões regionais através do comportamento local de um reduzido número de elementos. A compreensão do comportamento individual de cada elemento e do modo como se relaciona com os restantes permite criar uma história individual. Da observação desses comportamentos individuais extraem-se `grupos¿ que categorizam padrões, formas e intensidades no espaço e no tempo. A aplicação destas análises à Área Metropolitana de Lisboa (AML) permite verificar o comportamento individual de células urbanas de 100x100 metros. Do comportamento individual de cada célula (função das características da história local) é possível retirar padrões regionais. Deste modo poderemos ter para locais diferentes da AML direcções, intensidades e formas urbanas diferentes, função da história urbana do respectivo local. Este artigo ilustra a aplicação do Autómato Celular SLEUTH desenvolvido pelo Professor Keith Clarke (UCSB/NCGIA), à Área Metropolitana de Lisboa. Descreve os dados de base necessários para o seu funcionamento, as diversas fases de calibração e termina com a apresentação e análise de dois cenários de crescimentos futuro com o limite temporal de 2025.