A capacidade de financiamento da economia situou-se em 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano acabado no 1º trimestre de 2020, diminuindo 0,2 pontos percentuais (p.p.) face ao trimestre anterior. O Rendimento Disponível Bruto (RDB) e o PIB nominal permaneceram praticamente inalterados no 1º trimestre.
A capacidade de financiamento das Famílias aumentou 0,5 p.p., para 2,1% do PIB no ano acabado no 1º trimestre de 2020 e a taxa de poupança aumentou para 7,4% (6,8% no trimestre anterior). Este resultado reflete sobretudo dois efeitos: o aumento de 0,9% das remunerações e a ligeira redução do consumo final. Considerando valores trimestrais efetivos e não valores anuais terminados no trimestre, a taxa de poupança das famílias aumentou 2,9 p.p. no 1º trimestre de 2020 face a igual período do ano anterior.
O saldo das Sociedades Não Financeiras agravou-se em 0,3 p.p. no 1º trimestre, fixando-se em -3,8% do PIB, refletindo sobretudo a redução de 0,4% do Valor Acrescentado Bruto (VAB) nominal. A capacidade de financiamento das Sociedades Financeiras diminuiu para 2,4%.
O saldo do setor das Administrações Públicas (AP) registou uma diminuição de 0,3 p.p. no ano terminado no 1º trimestre de 2020, passando de um saldo positivo no trimestre anterior para negativo (-0,1% do PIB). Tomando como referência valores trimestrais e não o ano terminado no trimestre, o saldo das AP foi negativo no 1º trimestre de 2020, atingindo -570,9 milhões de euros (-1,1% do PIB, o que compara com 0,1% no trimestre homólogo), observando-se um aumento da despesa total em termos homólogos (4,3%), superior ao aumento da receita total (1,1%).
Apesar das circunstâncias determinadas pela pandemia COVID-19, o INE irá procurar manter o calendário de produção e divulgação, embora seja natural alguma perturbação associada ao impacto da pandemia na obtenção de informação primária. Por esse motivo apelamos à melhor colaboração das empresas, das famílias e das entidades públicas na resposta às solicitações do INE, utilizando a Internet e o telefone como canais alternativos aos contatos presenciais. A qualidade das estatísticas oficiais, particularmente a sua capacidade para identificar os impactos da pandemia COVID-19 depende crucialmente dessa colaboração que o INE antecipadamente agradece.