Síntese Económica de Conjuntura
Procura interna mantém tendência negativa em setembro. Exportações nominais de bens desaceleram, embora mantendo um crescimento elevado
- Outubro de 2011
18 de novembro de 2011
Resumo
De acordo com a estimativa rápida divulgada pelo Eurostat, o PIB em termos reais registou variações homólogas de 1,4% no 3º trimestre de 2011 na Área Euro (AE) e na União Europeia (UE27), o que compara com as taxas de 1,6% e 1,7% observadas no trimestre anterior. Em outubro, os indicadores de sentimento económico e de confiança dos consumidores diminuíram significativamente na AE e na UE27. No mesmo mês, os preços das matérias-primas e do petróleo apresentaram variações em cadeia de -8,3% e -2,5% (-3,0% e 6,6% em setembro), respetivamente.
Em Portugal, de acordo com a estimativa rápida, o PIB em volume apresentou uma variação homóloga de -1,7% no 3º trimestre de 2011 (-1,0% no trimestre anterior). A redução mais acentuada do PIB resultou sobretudo da desaceleração das Exportações de Bens e Serviços e da diminuição mais intensa do investimento, com a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) em construção a apresentar um forte contributo negativo. Em termos mensais, o indicador de clima económico agravou-se em outubro, mantendo o movimento descendente iniciado em julho de 2010. O indicador de atividade económica, disponível até setembro, prolongou o perfil negativo observado no último ano. O indicador de consumo privado voltou a apresentar uma redução em setembro, embora estabilizando comparativamente ao mês anterior, e o indicador de FBCF registou uma diminuição mais intensa. Relativamente ao comércio internacional de bens, em termos nominais, as exportações e importações registaram variações homólogas de 13,1% e 3,6% em setembro (13,5% e -4,5% no mês anterior), respetivamente.
No 3º trimestre de 2011, a taxa de desemprego situou-se em 12,4%, mais 0,3 p.p. que no trimestre anterior. O emprego por conta de outrem passou de uma variação homóloga de -0,2% no 2º trimestre para 0,1% no 3º trimestre.
A taxa de variação homóloga mensal do Índice de Preços no Consumidor (IPC) passou de 3,6% em setembro para 4,2% em outubro, refletindo sobretudo o aumento da taxa do IVA sobre a eletricidade e o gás natural. No mesmo mês, excluindo a energia e os bens alimentares não transformados, esta taxa situou-se em 2,4% (2,5% no mês anterior). Os preços das componentes de bens e de serviços do IPC apresentaram crescimentos homólogos de 5,4% e 2,4% em outubro (4,2% e 2,5% em setembro), respetivamente. O diferencial entre a variação homóloga do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) de Portugal e a da AE fixou-se em 1,0 p.p. em outubro, mais 0,5 p.p. que no mês anterior.