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« Previous Page Table of Contents Next Page »pág. 03 RIIBES / Folha Informativa n.º 35 – Setembro 2011
Entrevista Prof. Doutor António Barreto
Investigador e Presidente da PORDATA.
"Só os Censos nos dão uma visão completa do panorama e da
evolução"
Folha Informativa (FI): Que importância atribui, enquanto investigador da sociedade portuguesa, aos resultados dos Censos 2011? Poderão estes propiciar a continuidade dos seus projectos:
A Situação Social em Portugal (pós 1999) e Novos Retratos do Meu País (pós 2003)
António Barreto (AB): Enorme importância, com certeza. Esta última década foi fértil em "acontecimentos" demográficos, cujo balanço importa fazer. Os imigrantes estrangeiros, por exemplo, são um fenómeno a que é preciso prestar atenção especial. Constituem realidade nova na História de Portugal. Talvez tenhamos atingido um máximo nesta década, mas as partidas foram consideráveis, desde que a economia entrou em menor crescimento. A emigração também é digna de atenção. Depois de níveis muito baixos, terá retomado na década de 2000 volumes significativos. A natalidade e a fecundidade persistem baixas. O envelhecimento atingiu níveis inéditos. Estes são apenas alguns factos cujas consequências importa estudar e avaliar. Só os Censos nos dão uma visão completa do panorama e da evolução. Já tenho os primeiros resulta-dos. Vou esperar com entusiasmo pelos novos resultados do início de 2012. Seja em benefício próprio, para os meus estudos, seja para actualizar e relançar a PORDATA, da Fundação Francisco Manuel dos Santos.
"Não temos ainda em Portugal uma verdadeira política de população
que informe todos os sectores das políticas públicas"
Os Censos (tal como outros estudos demográficos) deveriam ser muito mais utilizados pelas autoridades e pelos poderes públicos. Na verdade, muitos falam de população, de envelhecimento, de natalidade e de famílias, mas poucos fundamentam os seus pontos de vista. Não temos ainda em Portugal uma verdadeira "política de população" que informe todos os sectores das políticas públicas. Com os resultados dos Censos de 2011 (a que se deveria acrescentar o último Censo Agrícola, bem interessante e surpreendente), estamos a viver um momento excepcional: seria de aproveitar a oportunidade para estabelecer essa "Política de População". Com esta, ficaríamos a saber o que os Portugueses pretendem. Mais natalidade? Mais imigração? Mais emigração? Famílias de maior ou menor dimensão? Isso não quer dizer, evidentemente, que depois a vida e o futuro sejam exactamente conforme desejado ou planeado… A vida não é assim. Mas era importante que as políticas públicas, as políticas sociais em particular, não dessem sinais errados e contraditórios.
FI: Tendo por base os resultados preliminares dos Censos 2011, quais os fenómenos demográficos e sociais que mais destaca? Estes vêm confirmar tendências ou, ao invés, assinalar diferenças em relação ao "retrato" tirado em 2011?
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