«As séries de estatística demográfica correntes disponíveis em Portugal cuja qualidade resulta não só da sua extensão no tempo como também do seu detalhe, a que se junta uma tradição censitária de longos anos, fariam pensar que a realização de um inquérito sobre a fecundidade não teria fácil justificação. Porém, a evolução recente dos métodos de controlo de nascimentos e a sua crescente utilização e aperfeiçoamento retiraram à fecundidade o seu aspecto aleatório, que ainda hoje caracteriza a mortalidade, e impõem a deslocação das atenções da simples observação estatística dos resultados para a dos factores que determinam o recurso a essa possibilidade de controlo dum fenómeno até aqui regido pelo acaso.

É nesta óptica que se justifica a realização em Portugal de um inquérito enquadrado no Inquérito Mundial à Fecundidade de que o presente é o primeiro relatório e de que nas páginas seguintes se apresentam os principais resultados. O investigador curioso poderá encontrar num segundo volume e sem comentários a informação detalhada que, sob a forma de quadros estabelecidos de acordo com um plano básico de apuramentos, lhe é apresentada.»