Os resultados obtidos pelo Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (ICOR) para 2024 sugerem uma melhoria das condições físicas de habitação, com a taxa de sobrelotação da habitação a diminuir para 11,2% e a taxa de privação severa das condições de habitação a diminuir para 4,9%. Em ambos os indicadores, a maior carência habitacional afetava principalmente as famílias com crianças dependentes e as famílias em risco de pobreza. As Regiões Autónomas apresentavam condições habitacionais físicas mais desfavoráveis enquanto as regiões do Centro e do Oeste e Vale do Tejo eram as regiões NUTS II com melhor desempenho.
Em contrapartida, registou-se um agravamento nas condições financeiras associadas à habitação em relação a 2023, quer em termos da carga mediana das despesas em habitação (que aumentou para 12,0%), quer no que respeita à taxa de sobrecarga das despesas em habitação (que subiu para 6,9%). A população em risco de pobreza enfrentava, a este nível, maiores dificuldades, com mais de um quarto (25,9%) da população em risco de pobreza em situação de sobrecarga das despesas em habitação.
Os resultados relativos a 2024 confirmam que as condições habitacionais, sobretudo físicas, mas também financeiras, dos agregados familiares com crianças dependentes são mais desfavoráveis do que as verificadas para as restantes famílias.