37 INEWS 64 - A revista do INE Tábuas de mortalidade Viver mais tempo, com mais qualidade de vida, é um dos grandes progressos das últimas décadas. As tábuas de mortalidade ajudam a compreender como tem evoluído a longevidade em Portugal e qual o seu contributo para a dinâmica demográfica do país. Compreender a longevidade dos portugueses Viver mais tempo é uma das mudanças mais marcantes das últimas décadas. A esperança de vida aumentou e, com ela, o interesse em entender como evolui a mortalidade no país e nas suas regiões. As tábuas de mortalidade, também conhecidas por tábuas de vida ou de sobrevivência, contribuem para dar resposta a esta necessidade e consistem num modelo estatístico tabular de análise demográfica que sintetiza um conjunto de funções biométricas que permitem analisar, numa determinada população, o fenómeno da longevidade e efetuar juízos probabilísticos sobre a evolução da mortalidade. Todos os anos, o Instituto Nacional de Estatística (INE) calcula tábuas completas de mortalidade para Portugal e para as regiões NUTS I, II e III. As tábuas de mortalidade são calculadas por período e baseiam-se na análise de uma geração fictícia que é sujeita às condições de mortalidade observadas em três anos consecutivos de dados. Este modelo garante maior estabilidade nos resultados, reduzindo o impacto de flutuações ocasionais. No caso das regiões NUTS III do Continente, são produzidos e divulgados dois indicadores principais: a esperança de vida à nascença e a esperança de vida aos 65 anos. AS TÁBUAS DE MORTALIDADE CONSTITUIEM UMA FERRAMENTA ESTATÍSTICA USADA FREQUENTEMENTE POR DEMÓGRAFOS, ATUÁRIOS, MÉDICOS E OUTROS INVESTIGADORES NO DOMÍNIO DA SAÚDE PÚBLICA. Como são construídas? As tábuas de mortalidade resultam da análise dos óbitos registados num período de três anos por idade, sexo e ano de nascimento e da estimativa da população exposta ao risco, calculada a partir das estimativas de população residente. Estes dados permitem representar, de forma detalhada, as probabilidades de morte e de sobrevivência por idade e, a partir daí, estimar quantos anos as pessoas podem esperar viver em média a cada idade. Nas idades mais avançadas, onde os valores de mortalidade apresentam maior irregularidade devido ao menor número de sobreviventes, o INE aplica métodos estatísticos de alisamento e de extrapolação de forma a garantir a coerência do padrão de crescimento da mortalidade por idade até à idade limite da tábua. Nas regiões NUTS II, onde o número de óbitos é mais reduzido em certas idades, recorre-se a técnicas de graduação paramétrica, suavização e coerência do padrão de mortalidade. Já nas regiões NUTS III do Continente é utilizado um modelo relacional que assegura a consistência estatística entre idades e regiões. Em todos os casos, o fecho das tábuas segue o mesmo princípio usado nas idades mais elevadas. INEWS 64 - A revista do INE 36
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