Boletim Mensal de Estatística, maio de 2022

Edição 2022 52 BOLETIM MENSAL DE ESTATÍSTICA Em 2021, apenas 6,3% da utilização interna de trigo era satisfeita pela produção nacional Portugal depende muito do exterior para se abastecer de trigo. Há já mais de uma década que o país não produz um décimo do que utiliza (consumo humano, alimentação animal, utilização industrial, etc.), ou seja, o autoaprovisionamento tem vindo a ser inferior a 10%. Em 2021, tivemos apenas 6,3% de autoaprovisionamento, o que contrasta vivamente com os 59,9% registados em 1990. Grau de autoaprovisionamento do trigo (1990-2021) Em resultado, a balança comercial de trigo em Portugal tem sido deficitária. O défice menor foi registado em 1988, quando começa a série de dados comparáveis, e cifrou-se em 48 milhões de euros. Desde então, este défice tem vindo a aumentar e em 2021 foi de 286 milhões de euros. De 1991 a esta parte, os principais fornecedores de trigo a Portugal têm sido países da União Europeia, com destaque para a França. Dada a fraca expressão das importações deste cereal com origem na Ucrânia (0,5%) e na Rússia (0,3%), a guerra entre estes países dificilmente afetará de forma direta o abastecimento interno. Porém, o conflito está a levar a uma subida da cotação internacional do trigo, o que leva a antecipar um maior desequilíbrio da balança comercial. 100 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021po (%) 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 po-valor provisório Saldo comercial (valor e quantidade) das transações de trigo, Portugal, 1988-2021 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2020 2018 0 -50 -100 -150 Saldo Médio Anual (Milhões de euros) -213,1 -200 -250 -300 -350

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