Boletim Mensal de Estatística, janeiro de 2022

JANEIRO 2022 3 BOLETIM MENSAL DE ESTATÍSTICA Nota Introdutória No ano em que o Boletim Mensal de Estatística celebra 93 anos de existência revela, uma vez mais, o espírito de que foi imbuído no longínquo janeiro de 1929, quando foi publicado o primeiro fascículo pela Direção Geral de Estatística (DGE), a antecedente do INE: “(…) a DGE considera-o ainda uma modesta realização: tem ambições muito mais largas (…) não descansará enquanto não fizer da presente publicação um resumo completo e atual da vida portuguesa.” Este fascículo germinal era composto de seis capítulos distribuídos por 23 páginas, em versão bilingue (PT/FR). Cada fascículo tinha o custo unitário de 5$00 e a assinatura anual era de 42$00. Nos anos subsequentes, o periódico conquistou a fidelização dos leitores por ser aúnicapublicaçãomensal cominformação de conjuntura e, por essa razão, quando em 1933, a DGE é transferida para novas instalações, o que origina um atraso na publicação do boletim, a DGE manda publicar na imprensa diária uma notícia explicando a razão pela qual o número de julho só sairia em setembro: “(…) devido à transferência dos serviços de estatística para a nova sede na avenida Dr. António José de Almeida, o que obrigou a uma interrupção dos trabalhos durante um tempo”. Em1935, no relatório apresentado àAssembleiaNacional com a proposta de lei para a reestruturação do Sistema Estatístico Nacional e a criação do INE, o Boletim Mensal é mencionado nos seguintes termos: “(…) Foi, na história da estatística nacional, um grande acontecimento (…) Representou um grande esforço (…) Modesto no princípio, meses depois era uma publicação que não receava confronto com as mais perfeitas do seu género na Europa (…) Depois, mês a mês, fez progressos notáveis.” A partir de maio de 1935 o periódico passa a designar- -se «Boletim Mensal do Instituto Nacional de Estatística», comumente designado por BME, e era, então, composto de 14 capítulos. Na nota introdutória o redator salienta o padrão matricial de aperfeiçoamento do BME, referindo que “irá pouco a pouco inserindo novos elementos de informação até atingir todos os ramos da atividade nacional.” O BME evidencia desde a génese uma espécie de marca de nascença: aperfeiçoar-se, expandir-se, reestruturar- -se, reinventar-se, modernizar-se, em suma, superar-se periodicamente. Nas décadas seguintes, o BME vai recebendo novos capítulos, força das temáticas emergentes, e conserva a sua versão bilingue (PT/FR) até dezembro de 1990. Segue-se uma remodelação do título, que coincide com uma reestruturação do Sistema Estatístico Nacional e do próprio INE. A partir de janeiro de 1991, passa a ser publicado em português- -inglês e compromete-se a integrar informação social e económica, em alinhamento com os desafios decorrentes da União Económica Europeia e, claramente, visando um grupo de leitores internacionais mais alargado. Porém, a versão bilingue (PT/EN) terá uma vida breve, até maio de 1992, passando depois a ser publicado exclusivamente em português. Ainda na década de 90 passa a incluir uma Síntese Económica Mensal com base nos dados publicados e, a partir de 2001, substitui-a por uma Síntese dos Destaques Mensais. Dezembro de 2006 regista um novo marco na vida do BME que é publicado, pela última vez, em suporte papel. A partir de janeiro de 2007 passa a ser disponibilizado, no Portal do INE, em versão eletrónica (PDF e XLS), de forma totalmente gratuita. A título de curiosidade o último número publicado em papel tinha o preço unitário de 8,80€ e a assinatura anual de 84,48€. Aos 93 anos o BME reinventa-se, uma vez mais, e inicia uma nova fase da sua vigorosa existência: o primeiro número 2022 apresenta uma nova abordagem gráfica e integra o resumo dos destaques publicados pelo INE no respetivo mês, organizados numa lógica temática. Retoma a versão bilingue (PT/EN), abandonada na década de 90, e a informação estatística é profusamente ilustrativa para uma leitura mais célere. Os quadros estatísticos (em XLS e CSV) incluem uma hiperligação aos respetivos indicadores no Portal, permitindo aceder, a cada consulta, aos dados mais recentes, processo já adotado com sucesso no «Anuário Estatístico de Portugal». Rematamos com as palavras da Introdução do volume de janeiro de 1993 que, também ele, assinalava uma remodelação: “No sentido de melhorar e aperfeiçoar o BME, agora renovado, o INE solicita e agradece aos utilizadores todas as sugestões ou críticas que entendam formular.” Janeiro de 2022 Francisco Lima Presidente

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