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ontas económicas da silvicultura
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14 - Contas económicas da silvicultura
A atividade silvícola e de exploração florestal – 2000 a 2010
O período entre 2000 e 2010 ficou marcado por um
declínio progressivo da atividade silvícola. Em 2000,
o
Valor Acrescentado Bruto
(VAB) atingiu o valor
máximo, tendo terminado em 2010 com um valor real
inferior em cerca de 19,2%.
No que respeita ao peso relativo do VAB da silvicultura
no VAB nacional, verificou-se que em 2000, o VAB
da silvicultura representava 0,8% do VAB nacional,
tendo diminuído para metade em 2010 (0,4%).
Figura 14.1
Comparativamente a 2009, ano que apresentou o VAB mais baixo no período em análise, a atividade silvícola
de 2010 registou um aumento do VAB de 6,7% em volume e 6,6% em valor.
A evolução do VAB silvícola no período em análise reflete, fundamentalmente, a variação da Produção. Esta
compreende os produtos e serviços relacionados com as atividades de
Silvicultura e Exploração Florestal
(abate de árvores, remoção de madeira, descortiçamento e plantações) e também o “crescimento líquido das
florestas” (saldo entre o acréscimo de madeira ou cortiça nas árvores e a diminuição dos povoamentos por
corte, doença ou incêndios).
Quando comparada com o ano anterior, a produção de 2010 registou aumentos de volume (+5,7%) e de
preços (+0,3%) que conduziram a um acréscimo nominal desta em cerca de 6,0%. Para tal, concorreram os
aumentos do valor da produção de Madeira (+9,0%) e de Cortiça (+6,1%) que, em grande medida, foram
consequência do crescimento do volume, já que os preços observaram acréscimos ligeiros.
Produção de madeira e cortiça
A exploração económica da produção de Madeira tem dois destinos industriais principais: a serração, cujo
principal escoamento é a indústria do mobiliário, e a trituração, para o fabrico de aglomerados ou pasta de
papel.
A produção de
Madeira para Serrar
, na qual se
destaca o pinheiro bravo, apresentou, no período
em análise, o seu valor máximo no ano 2000 e
diminuiu significativamente até 2002, estabilizando
em níveis mais baixos até 2010. Apesar da
recuperação desta madeira em termos de volume,
em 2010 o valor de produção foi ligeiramente
inferior ao do ano anterior (-1,0%).
Por outro lado, a
Madeira para Triturar
,
constituída fundamentalmente pelo eucalipto,
apresentou uma tendência crescente a partir de
2002, tendo at ingido em 2004 o pico de
disponibilidade, em resultado dos incêndios de
grandes dimensões que devastaram a floresta
nacional no ano de 2003. Ao contrário de 2009,
que se afastou da tendência de crescimento da
produção de Madeira para Triturar, o ano de 2010
apresentou acréscimos de 11,1% em volume e
14,9% em valor. De facto, nesse ano registou-se um aumento da capacidade produtiva da indústria de pasta
de papel, pelo que a necessidade de matéria-prima para constituição de
stocks
nas fábricas aumentou, com
um consequente aumento do preço.
Figura 14.2
Figura 14.1 - VAB da Silvicultura
0,8%
0,4%
0,0%
0,4%
0,8%
1,2%
1,6%
2,0%
0
200
400
600
800
1 000
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010 Po
10
6
Pcorrentes
Pconstantes
VAB CES / VAB nacional
Figura 14.2 - Produção de Madeira e Cortiça
(evolução da estrutura da Produção a preços
correntes)
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010 Po
Cortiça
Outros
Madeira para Triturar
Madeira para Serrar