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Estatísticas Agrícolas 2011
De facto, a menor disponibilidade de bovinos para abate (e de carne) na Europa devido às exportações de
animais vivos para países terceiros (principalmente Rússia, Turquia e Líbano), propiciou um incremento no
abate destes animais. A consequente subida de preços na Europa contribuiu para uma maior valorização
desta carne, levando a um aumento do preço no produtor.
Em relação ao Leite, registou-se uma estabilização
do volume produzido, após dois anos de decréscimos.
Relativamente ao preço de base, estimou-se um
aumento de 8,2%, na sequência de alguma
recuperação do nível de preços comparativamente a
anos anteriores (-11,8% em 2009 e -3,1% em 2010)
e de um aumento dos subsídios ao produto pagos em
2011.
O
Consumo Intermédio
deverá ter aumentado 5,5%
em valor em 2011, em função do acréscimo dos preços
(+9,3%), uma vez que foi estimada uma redução do
volume (-3,4%). Para este decréscimo do Consumo
Intermédio em termos reais contribuiu sobretudo uma
variação negativa do volume no consumo deAlimentos
para Animais (-2,7%), resultante das dificuldades existentes ao nível das explorações pecuárias. Em 2011
registou-se um aumento generalizado dos preços dos meios de produção, com realce para os Adubos e
Corretivos do Solo (+18,9%), Energia e Lubrificantes (+18,7%) e Alimentos para Animais (+12,0%).
Em termos da relação de preços entre a produção e as despesas correntes da atividade, registaram-se,
assim, condições ainda mais desfavoráveis para o produtor agrícola do que as observadas em 2010, situação
que se tem observado com frequência na última década.
Para 2011 foi estimada uma variação do pagamento de subsídios de -2,1%, face ao ano transato. Os
Subsídios
aos Produtos
deverão ter registado um crescimento, em termos nominais, de 16,2%, enquanto, por oposição,
os
Outros Subsídios à Produção
, de montantes proporcionalmente mais significativos, terão decrescido
14,9% face a 2010. Efetivamente, em 2010 procedeu-se à regularização de subvenções atribuídas ao abrigo
do RPU e no âmbito do Desenvolvimento Rural, o que contribuiu para um elevado valor das ajudas pagas nesse
ano.
O
Rendimento Empresarial Líquido
(REL) de 2011 apresentou um decréscimo, em termos nominais, de
25,6% relativamente a 2010, devido, em grande parte, à diminuição dos subsídios.
Estima-se que, em termos nominais, o
Rendimento de Fatores
(resultado do VAB diminuído do Consumo de
Capital Fixo e acrescido dos Outros Subsídios à Produção líquidos dos Outros Impostos sobre a Produção),
tenha variado -13,2% em 2011, refletindo os decréscimos pronunciados no VAB e subsídios. Em termos reais,
o Rendimento de Fatores terá decrescido 14,0%, utilizando como deflator a estimativa do índice de preços
implícito no Produto Interno Bruto (PIB) nacional para 2011 (100,93) em Janeiro de 2012. Esta evolução,
associada a uma redução de 4,2% do Volume de mão de obra agrícola (VMOA), terá conduzido a um valor
para o
Indicador A (Rendimento Real de Fatores, por unidade de trabalho/ano)
2
de -10,3%. Desde 2000,
o ano 2011 deverá ter sido aquele em que este indicador apresentou o valor mais baixo.
Figura 13.4 - Consumo Intermédio em 2011
(
variação em volume e preço das principais componentes
)
-3,4
-2,2
-7,0
5,0
-2,7
9,3
18,7
18,9
4,7
12,0
- 10
- 5
0
5
10
15
20
Consumo
intermédio
Energia e
Lubrificantes
Adubos
Produtos
fitossanitários
Alimentos
para animais
%
Volume
Preço
2 - O Regulamento das Contas Económicas da Agricultura prevê o cálculo de indicadores de rendimento do Ramo de Atividade agrícola,
dando especial ênfase ao denominado
Indicador A.
Este indicador corresponde à evolução anual real do Rendimento de fatores, dividida
pela evolução anual do Volume de mão de obra agrícola.